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   Apresentação e justificativa   

Carta das organizadoras:

 

O 2.º Encontro de Ensino de Leitura e Escrita (EELE) ampliará na UFSCar, as discussões sobre a formação de professores da educação infantil, dos anos iniciais e educação de jovens e adultos para o ensino da leitura e escrita, considerando os diversos contextos do uso da Língua Portuguesa, com a participação de diferentes licenciaturas e profissionais das escolas de educação básica.

A discussão neste campo do conhecimento é tema candente no cenário político brasileiro, pois é sabido que os indicadores do país referentes ao analfabetismo e analfabetismo funcional são extremamente preocupantes. Segundo o IBGE, há 8,3 % de pessoas analfabetas no país e 17,8% da população acima de 15 anos é de analfabetas/os funcionais (www.ibge.gov.br), o que significa que ainda enfrentaremos por algum tempo o desafio de alfabetizar e letrar um contingente considerável de jovens e adultos e que o panorama do analfabetismo no País está bem distante do aceitável. O fenômeno requer políticas educacionais mais articuladas e de caráter permanente (RUMMERT e VENTURA, 2007), acompanhadas de investimentos que revertam mais rapidamente as condições precárias que hoje se manifestam. Requer ainda melhorar a formação de professores/as para o letramento, seja voltado para crianças, jovens ou adultos.

Encontramos autores da área do ensino da leitura e escrita da Educação Básica que ressaltam a importância da caracterização de práticas inerentes ao cotidiano de nossas escolas com o objetivo de valorizar o trabalho docente e aproveitar situações sobre alfabetização e letramento para a atuação e formação inicial e continuada de professores (FRANCHI, 1998; GERALDI, 2006; GOULART, 2007; MONTEIRO, 2002; 2006; 2010; MONTEIRO, SILVA, 2010).

Para contribuir com estas ações é que iniciamos em 2016 o I EELE e prosseguimos com a proposta do II EELE.  Na edição de 2016 o evento estava previsto para 70 pessoas e foi necessário encontrar um espaço maior, pois tivemos 600 inscrições e 365 participantes; teve o formato de uma mesa com um palestrante da academia, o Professor Sírio Possenti, e relatos de práticas de duas professoras da rede municipal de educação básica de São Carlos, as Professoras Wilma Wilma Carin Silva-Porta e Flávia Francisca do Nascimento Belo. Como o financiamento de eventos sofreu cortes na universidade, optamos por um evento enxuto, embora já tivéssemos a intenção de fomentar a troca de experiências através de comunicações orais. Para 2017 queremos retomar esta intenção inicial. O evento passará a ter dois períodos, manhã e tarde.

O tema da edição de 2017, “Contribuições da educação especial e da linguística para o ensino da leitura e da escrita”, foi uma sugestão de participantes a partir da avaliação feita do I EELE e busca unir dois aspectos que preocupam profissionais que atuam nas escolas de educação básica e pesquisadores/as, articulando conhecimentos relativos às necessidades especiais aos linguísticos para refletir sobre o ensino da leitura e da escrita. Deverá ser realizado num sábado, propiciando uma participação mais ampla de professores/as da educação básica e estudantes de diferentes cursos. A data será, 27 de maio, das 9 às 12h e das 14 às 16:30h, com as comunicações orais pela manhã e uma mesa com dois palestrantes à tarde, com o tema “Contribuições da educação especial e da linguística para o ensino da leitura e da escrita”. As palestrantes convidadas serão as Professoras Ângela Kleiman e Eniceia Gonçalves Mendes. A primeira, linguista e docente da Unicamp, apresentará as contribuições da linguística para a aquisição da língua, enquanto segunda, psicóloga e docente do Curso de Pós-graduação em Educação Especial da UFSCar, terá como foco de sua comunicação as questões referentes à Educação Especial para o ensino da leitura e da escrita.

Ressaltamos que o evento será gratuito.

Referências
FRANCHI, E. P. E as crianças eram difíceis: a redação na escola. São Paulo: Martins
Fontes, 1998.
GERALDI, J. W. Linguagem e ensino: exercícios de militância e divulgação. Campinas: ALB & Mercado de Letras, 2006.
GOULART, C. A organização do trabalho pedagógico: alfabetização e letramento como eixos orientadores. In: BEAUCHAMP, J.; PAGEL, S. D.; NASCIMENTO, A. R. do (Orgs.). Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade. 2. ed. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007. p.85-96.
MONTEIRO, M. I. Alfabetização e letramento na fase inicial da escolarização. São Carlos: EdUFSCar, 2010.
______. Práticas alfabetizadoras: contradições produzindo sucesso e fracasso escolar. Araraquara: Junqueira e Marin, 2002.
______. Histórias de vida: saberes e práticas de alfabetizadoras bem sucedidas. 2006.
282 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação da Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2006.
MONTEIRO, M. I.; SILVA, L. L. M. da. Contribuições para pensar as práticas de leitura e escrita de professoras das séries iniciais do ensino fundamental. Revista de Educação Pública da Universidade Federal do Mato Grosso, v. 19, p. 423-442, set./dez. 2010.
RUMMERT, S. M.; VENTURA, J. P. Políticas públicas para a educação de jovens e adultos no Brasil: a permanente (re)construção da subalternidade- considerações sobre os Programas Brasil Alfabetizado e Fazendo Escola. Educar, Curitiba, n.29, p.29-45, 2007.

 

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